Todos nós temos uma história de vida que nos constitui e explica o adulto que nos tornamos.
A criança que um dia fomos, nossas vivências, nossas dores, como compreendemos e recebemos afetos, como sentimos que fomos ou não amados, reflete muito em nossa fase adulta.
Mas o que ouço com frequência são adultos amargurados, (re)sentidos, endurecidos com o que um dia alguém fez com ele. Adultos aprisionados na dor da criança que um dia foram, que ainda hoje exalam raiva e rancor na tratativa com a vida e com os outros, por se sentirem magoados, feridos, abandonados, preteridos enquanto crianças.
Enquanto esses adultos não entendem que, ao invés de esperar uma vida toda por um pedido de perdão, de reconhecimento de culpa do outro que pode nunca vir, uma alternativa libertadora é acolher aquela criança que um dia foi, entender suas dores, conversar com ela hoje, sendo adulto e dispensando afeto, amor e reconciliação.
Não é uma tarefa fácil e indolor, mas é possível e libertador. Se for inimaginável fazer isso sozinho, não hesite em buscar ajuda psicológica.
Mas não desista de si, jamais!